Acesso ampliado à mamografia gratuita marca o Outubro Rosa

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O câncer de mama é o mais comum entre mulheres no Brasil e a principal causa de morte por neoplasia no público feminino

O mês de outubro, marcado pela campanha Outubro Rosa, ganha em 2025 uma dimensão inédita no Brasil. O Ministério da Saúde anunciou uma série de medidas que ampliam o acesso ao diagnóstico e ao tratamento do câncer de mama no Sistema Único de Saúde (SUS). A principal mudança é a garantia de mamografia para mulheres entre 40 e 49 anos, mesmo sem sinais ou sintomas da doença — um avanço histórico, segundo o ministro da Saúde, Alexandre Padilha.

Até agora, mulheres nessa faixa etária precisavam apresentar histórico familiar ou sintomas para conseguir o exame pelo SUS. Essa mudança é estratégica: 23% dos casos de câncer de mama no país ocorrem em mulheres entre 40 e 49 anos, e a detecção precoce aumenta significativamente as chances de cura. Em 2024, mais de 1 milhão de mamografias já haviam sido realizadas em pacientes com menos de 50 anos, o que representa 30% do total.

Outra novidade é a ampliação da faixa etária para o rastreamento ativo. O limite, que antes era de 69 anos, passa a ser de 74 anos. Quase 60% dos casos de câncer de mama estão concentrados entre os 50 e 74 anos, e a medida acompanha práticas internacionais, como na Austrália.

Unidades móveis e atendimento ampliado

No âmbito do programa Agora Tem Especialistas, 27 carretas de saúde da mulher vão percorrer 22 estados a partir de outubro, oferecendo mamografia, ultrassonografia, punção e biópsia de mama, além de exames para prevenção do câncer de colo do útero. A expectativa é realizar até 120 mil atendimentos em um mês, com investimento de R$ 18 milhões.

Os veículos móveis se somam a outras entregas do programa: 11 aceleradores lineares já instalados em quatro estados e previsão de 121 até 2026. Além disso, o governo federal adquiriu 60 kits de biópsia com tecnologia de imagem 2D e 3D, garantindo maior precisão nos diagnósticos.

Tratamento com medicamentos de última geração

O SUS também passa a oferecer terapias mais modernas. Entre elas, o trastuzumabe entansina, indicado para pacientes que ainda apresentam sinais da doença após quimioterapia pré-cirúrgica, e os inibidores de ciclinas (abemaciclibe, palbociclibe e ribociclibe), usados no tratamento de câncer de mama avançado ou metastático.

“Estamos incorporando medicamentos de última geração ao SUS, com negociações que garantiram até 50% de desconto. Essa é a diferença de um sistema universal: aqui, saúde é direito e não privilégio”, ressaltou o ministro.

Guias e protocolos para atenção primária

Até o final de outubro, o Ministério da Saúde publicará novos manuais e guias voltados para profissionais da atenção primária e agentes comunitários de saúde, incluindo protocolos de rastreamento, diagnóstico precoce e acompanhamento de casos de alto risco.

O câncer de mama é o mais comum entre mulheres no Brasil e a principal causa de morte por neoplasia no público feminino, com cerca de 37 mil casos por ano. Em 2024, o SUS realizou aproximadamente 4 milhões de mamografias de rastreamento e 376,7 mil exames diagnósticos, números que reforçam a relevância do rastreamento para salvar vidas.

Com a ampliação do acesso, a modernização de equipamentos e a oferta de medicamentos de ponta, o Brasil se aproxima dos padrões internacionais de cuidado e dá um passo decisivo no enfrentamento ao câncer de mama, reafirmando a saúde como um direito universal.

Fonte; Melodia 97,5

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